Vamos falar, mais uma vez, sobre essa dor.
A dor que dilacera a alma, mas que muitas vezes temos que calar, pois não é validada...
A dor, perto de mais um dia das mães. Uma imagem que separa o parabéns pelo dia das mães de não significar nada para ninguém.
Aquele "presente" mais lindo que imaginei ganhar: ouvir as batidas de seu coração... serão trocados por rios de sangue e coágulos...mais uma vez...
Estou lendo e escrevendo novamente porque essa sou eu. Aquela que vai em um tema e procura entender o que é, por que é e o que passa... aquela que precisa dizer: hey, não é bem assim....
A que precisa sofrer também...e dar nomes aos seus bebês.
Minha escrita acabou virando um compêndio de bons textos, que já dizem tudo o que precisa ser dito...quem sabe assim cria-se consciência do que se precisa?
Lendo algumas coisas a respeito, encontrei o texto abaixo e me identifiquei (disponível no endereço: https://tab.uol.com.br/aborto/)
Para Bortoletti, a perda de um filho esperado, seja lá qual for o momento da gestação, tem o peso da perda de um parente próximo, com quem a mãe conviveu socialmente, e pode causar um sentimento de inadequação sobre a maternidade. Até porque, se o bebê era desejado, é consenso entre médicos que, psicologicamente, a mulher se torna mãe no momento em que o teste de gravidez dá positivo. “Há muita subjetividade nisso, mas já ouvi de uma cliente que perdeu muito precocemente e que mostrou um sinal de avanço ao admitir que ela era mãe, que ela não tinha uma criança ali, mas ela era mãe”, afirma a psicoterapeuta Ana Maria Lana.
O batimento cardíaco é a primeira forma de comunicação do casal com o bebê. Na sala de exame, eles recebem boas e más notícias. O organismo do feto não é o mesmo da mulher gestante, mas, por estar em seu ventre, ela o sente como parte de si. Perder esse elo antes de nove meses é como perder um fragmento do próprio corpo. “Eu diria que é o maior estresse que alguém pode passar”, diz Bortoletti. “É como se uma parte sua morresse e a outra ficasse viva”, completa. Por isso, “o mundo cai” quando se ouve, na sala de ultrassonografia, “sinto muito, perdemos seu bebê”.
“[Mesmo na barriga], o bebê é sentido como um filho. Pessoas acham que há uma diferença entre a dor da perda no primeiro ou no último mês. Mas, para quem está ali nutrindo expectativas para aquele filho, não há”, afirma a psicóloga Liliana Seger, do Hospital das Clínicas de São Paulo e autora do livro “Cadê você, bebê?” (Editora Segmento Farma, 2014). Quando o filho adulto de uma mulher morre, ela perde o passado que teve com ele, as lembranças. No caso de um bebê ainda na gestação, os pais sentem como se tivessem perdido o futuro que eles esperavam viver juntos.
A perda gestacional, no entanto, é tida como invisível porque esses rituais não são feitos. Inclusive, há uma busca pela validação da vida do bebê e do casal como pais no âmbito judiciário: atualmente, o natimorto é registrado sob o nome dos pais, mas eles querem que o nome completo do filho apareça no atestado de óbito. Desde 2013, o Estado de São Paulo é o único que permite atribuir um nome ao natimorto. Há também a reivindicação por atestado de óbitos para fetos mortos antes das 22 semanas de gestação. Se o Estado não reconhece aquele bebê como um ser humano, como as pessoas poderão tratar o luto dos pais da forma correta?
A perda no início da gestação costuma ser ainda mais complexa, já que não há um corpo para se despedir. Para ajudar na recuperação da mulher, psicólogos têm vários instrumentos para trabalhar o luto. Um deles é o exercício de visualização. “A gente faz uma conversa entre a mãe e o bebê, para que ela possa se desligar e se despedir dele”, afirma Fátima Bortoletti. O método pode ajudar a prevenir a depressão após o aborto. “A mulher pode não suportar e acabar vivendo essa morte de uma forma dolorosa para o resto da vida”, completa
Materializar a vida daquele feto em quadros a serem pintados ou balões brancos a serem soltos em um dia de sol no parque também ajudam. Esse último ritual é feito anualmente pelo grupo Do Luto à Luta, no Rio de Janeiro. “Concretiza a despedida, já que ela não pôde ser feita de outra forma”, afirma Ana Maria Lana.
MÉDICO HUMANO
Após um óbito fetal, é comum os pais envolvidos evitarem o convívio com bebês e grávidas por meses. Ouvir um choro de bebê pode ser angustiante. O aspecto psicológico da perda gestacional, porém, não é levado em conta na maioria das maternidades brasileiras. Pacientes que perderam o bebê são colocadas em ambientes com famílias que estão com seus recém-nascidos. A recomendação psicológica é deixá-las isoladas, mas o protocolo as trata como alguém que teve um bebê. Ponto. Não importa se ele está vivo ou morto.
De acordo com Domont, as equipes são treinadas, atualmente, para lidar estritamente com o “final feliz”, o nascimento de um bebê. A morte não costuma ser levada em conta. Contudo, equipes médicas humanizadas e ONGs têm feito campanha para mudar o modelo. “Ela está em um momento muito único, precisa receber uma atenção completamente diferente da equipe médica”, afirma Domont. “Ela deveria ser identificada de maneira que sua parte emocional seja mais compreendida”, completa.
“Quando o indivíduo não passou por isso ou não viveu essa experiência, ele tem uma tentativa de julgar esta situação. Acha que, porque a mãe não conviveu com o bebê, não tem por que sofrer”, diz a psicóloga Liliana Seger. O silêncio vem, então, da falta de empatia. E, quando é quebrado, são por frases feitas - “Você é jovem, vai ter outro bebê”. “Ele agora é um anjo lá no céu” -, criando um sentimento de desmerecimento na família.
Depoimento de Tássia: “Depois dessa perda gestacional eu conheci um tipo de luto que, além de não ser reconhecido em nossa sociedade, é desmerecido. Cada ser humano é único. Cada filho tem sua importância independente do tempo que tenha vivido. Não podemos mensurar o amor e a importância que as pessoas têm em nossa vida. Às vezes um abraço é suficiente.”...
Rafaella “Quando a gente passa por uma perda e a gente enluta, as outras pessoas enlutam com a gente. Você conheceu e criou um vínculo com aquela pessoa que está partindo. No caso de uma perda gestacional, ninguém criou um vínculo com o bebê, só a mãe, o pai e a família. Ninguém foi ao sepultamento de Miguel, eu também não fui. Não existe este protocolo social.”... ( completo aqui que as vezes apenas a mãe).
As mulheres que passam por essa situação não se sentem acolhidas nem mesmo em grupos convencionais de apoio ao luto. O casal tem medo de ser julgado, pois estão sofrendo por “apenas” um feto. Uma das mulheres presentes ao evento citado no início da reportagem explicou o "julgamento" com uma frase da escritora norte-americana Sherokee Ilse: “A sociedade mede a dor pelo tamanho do caixão”. De fato, há poucos grupos de apoio à perda gestacional e neonatal. O TAB não encontrou nenhum em São Paulo (SP). Em Campinas, há encontros mensais do SobreViver, enquanto o Rio é a casa do Do Luto à Luta.
Sobre o trecho acima - como fui julgada. Era APENAS um feto! Não...era meu filho...meu sonho...meu futuro. Que acabou de esvair de minhas mãos!
Faz diferença perder um filho com 1 ano ou com 10 anos? Não! A dor será imensa, horrível... porque motivo medem a dor pelas semanas que estivemos grávidas?????
A melhor forma de consolar uma pessoa que teve uma perda gestacional é, segundo a psicóloga Liliana Seger, falar pouco e ouvir mais. Deixá-la quebrar este silêncio, deixá-la desabafar o quanto precisar. “Acolher é ouvir, não mudar de assunto. As pessoas ficam sem graça, mudam o foco, mas isso faz a pessoa se sentir desvalorizada, desentendida”, complementa....
A reportagem acima é muito boa, é humana....tocando em pontos que são pouco mencionados e de fato existem. Como pessoa que passa pela 4a perda gestacional, sei o quanto fui julgada por minha dor e sofrimento. E o quanto doeu e ainda dói essa falta de validação de quem sou e de meu sofrimento.
Contar ou não contar sobre a gravidez antes das 12 semanas?? (disponível em https://blog.casadadoula.com.br/2018/10/02/perda-gestacional-no-primeiro-trimestre-apoio-e-informacao/ )
Contar ou não contar sobre a gravidez neste início é algo muito individual e não é o foco desta discussão, apenas quis ilustrar uma diferença de perspectiva. O ponto é que uma gestação que não evolui no primeiro trimestre nada tem a ver com contar aos outros, e sim com o fato de ocorrer com relativa frequência. A interrupção inevitável de uma gestação até as 20 semanas pode atingir 1 em cada 5 mulheres. ( já estou com quase todas as mulheres da estatística...e salvei algumas de passarem por isso). Cerca de 15 a 20% das gestações podem terminar em abortamento, com até ¾ ocorrendo antes das 12 semanas. Acredita-se que metade ocorra devido a anormalidades cromossômicas. Estima-se também que 60% dos embriões que não ultrapassam a oitava semana apresentam alguma alteração genética não compatível com a vida.
Esta alta prevalência torna a perda gestacional um acontecimento pouquíssimo considerado pelos profissionais de saúde e também pela maioria das pessoas. Na realidade é um momento muito difícil, especialmente para a mulher, e uma dor legítima que deve ganhar visibilidade. Infelizmente, a crença de que só se deve expôr a gestação após o primeiro trimestre apenas reforça a invisibilidade e a solidão da perda gestacional. Ao passar por uma perda, nos deparamos com um número enorme de mulheres que sofreram em silêncio.
As pessoas não estão preparadas para lidar com a morte. Muito menos em um período em que se comemora e se espera a vida! Por se tratar de algo tão “pequeno” aos olhos dos outros, tenta-se minimizar ou até mesmo negligenciar a dor da mulher que passa por uma perda. É muito comum ouvir frases como: “Calma, logo você engravida de novo” ou “Foi melhor assim, no início, imagina se nasce com algum problema”. Nesse âmbito, o luto de uma perda gestacional costuma ser invisível e silencioso, sem espaço para ser vivenciado. Porém é um luto como qualquer outro. É um luto de sonhos não vividos, de expectativas não concretizadas, é o vazio da falta de alguém com quem se conviveu por pouco tempo e não se teve a oportunidade de criar laços mais profundos.
Fatores que influenciam o luto
A maneira como as próprias mulheres lidam com a situação, de quem recebem apoio e como são tratadas nos estabelecimentos de saúde, são fatores que impactam a experiência da perda de modo muito significativo. Aqui podemos destacar a importância de uma rede de apoio. O fardo torna-se menos pesado se a mulher for cercada de pessoas dispostas a ouvir com empatia e acolher, sem frases prontas que tentem minimizar seus sentimentos. O luto na mulher costuma ser sentido por mais tempo, já que viveu a gravidez, e muitas vezes isso é difícil de ser compreendido pelo outro. No entanto, é imprescindível dar vazão a estes sentimentos, para que sejam elaborados e respeitados. Quem passa pela perda precisa ser estimulado a sentir sua importância, sabendo que a dor é reconhecida e compreendida. Mulheres deveriam ser encorajadas a viver suas gestações independente do tempo que duram, e a viver o luto pelo tempo que for necessário. ( mas o que acontece é que somos julgadas - por que contou tão cedo?? Deveria se privar! exatamente para que a dor de sua perda seja silenciada e não percebida por mais ninguém, pois ela nem deveria existir!!!!)
Outro fator decisivo é a assistência recebida pela mulher durante a perda. Em geral, profissionais de saúde não estão preparados para lidar com situações de morte ou simplesmente encaram como algo trivial em sua prática clínica. Profissionais precisam ser treinados para ajudar seus pacientes a lidar com a situação, sem esquecer que, para quem está passando por isso, é uma situação única que provavelmente deixará marcas e merece todo o respeito e acolhimento.
Outro fator decisivo é a assistência recebida pela mulher durante a perda. Em geral, profissionais de saúde não estão preparados para lidar com situações de morte ou simplesmente encaram como algo trivial em sua prática clínica. Profissionais precisam ser treinados para ajudar seus pacientes a lidar com a situação, sem esquecer que, para quem está passando por isso, é uma situação única que provavelmente deixará marcas e merece todo o respeito e acolhimento.
Aqui cabe destacar que um abortamento pode evoluir para infecção, portanto é preciso se atentar a alguns sinais como febre, corrimento ou sangramento com mau odor, mal-estar geral, desmaios. Se apresentar estes sintomas, a conduta é procurar o hospital o mais rápido possível.
E claro que tem que ter minha parte nerd - tecnicamente, quais os tipos, como acontecem???
Na conduta expectante, não há necessidade de internação. Uma maior taxa de sucesso é relatada em casos de abortamento incompleto, em comparação ao aborto retido (96 x 62 %). Em estudos nos quais se aguardou de 2 a 6 semanas, a taxa de sucesso no caso de aborto incompleto foi de 80-90%, em comparação a 65-75% no caso de aborto retido. Dentre suas vantagens, pode-se citar a redução do risco de infecção e do estresse/medo gerados pelo ambiente hospitalar. Muitas mulheres optam por aguardar a resolução natural, porém outras desistem no meio do caminho. Dentre suas desvantagens, é um método mais demorado e que pode requerer um tratamento adicional para esvaziamento uterino. Neste caso, a espera pode impactar negativamente a rotina e pode trazer mais angústia a uma mulher que já se encontra fragilizada pela perda de seu bebê. Geralmente, se não ocorre a expulsão em duas semanas, novos métodos podem ser oferecidos à mulher. Este método não impacta gestações futuras e a mulher pode reiniciar as tentativas logo após o primeiro ciclo.
O tratamento farmacológico é realizado em ambiente hospitalar após internação. É administrado misoprostol (um análogo da prostaglandina E1, utilizado para promover o amolecimento e a dilatação do colo do útero e contrações) por via oral, sublingual ou principalmente vaginal em doses e intervalos regulares até o completo esvaziamento uterino. Pode provocar cólicas dolorosas e sangramento mais intenso, a depender da idade gestacional, além de outros efeitos adversos como náuseas, vômitos, dor abdominal e diarreia. Dentre suas vantagens, evita o emprego de procedimentos mais invasivos e de anestesia ou sedação, apresentando uma alta taxa de sucesso (84 a 93%). Porém após o fim deste procedimento, um ultrassom deve ser realizado para constatar se todo o conteúdo uterino foi realmente expelido. Dentre suas desvantagens, pode ser mais demorado, ocorrer sangramento excessivo e ser desconfortável para a mulher sentir e ver a expulsão. Em alguns casos pode ser necessário realizar um tratamento cirúrgico adicional. O tratamento farmacológico é também utilizado para amolecimento ou dilatação do colo do útero previamente à realização de procedimentos como a curetagem e a AMIU.
Em relação ao tratamento cirúrgico, mulheres que optam por esta resolução apontam como vantagem ser um método mais rápido e amparado pelo âmbito hospitalar, o que traz mais segurança. É realizado sob internação e não compromete a fertilidade futura. O método recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia é a AMIU. É um procedimento que utiliza cânulas com diâmetros variáveis acopladas a uma seringa à vácuo, promovendo a limpeza uterina e retirada dos restos ovulares através de aspiração. Deve ser utilizado em gestações com menos de 12 semanas. Por se tratar de cânulas plásticas e mais flexíveis, os riscos de perfuração uterina são menores que na curetagem. Pode ser realizado sob raquianestesia, sedação ou anestesia local por meio de bloqueio paracervical. Já na curetagem, após dilatação do colo do útero, faz-se uma raspagem cuidadosa do conteúdo da cavidade uterina utilizando a cureta, um instrumento cirúrgico que é uma espécie de colher. Também é realizada sob sedação ou anestesia. O procedimento apresenta mais riscos, como perfuração uterina, infecção, aderências uterinas, trauma do colo uterino e risco de acretismo placentário em gestações futuras. Para os dois procedimentos, não existe um consenso sobre o tempo que deve-se aguardar antes de tentar uma nova gravidez. Para mulheres que passaram por AMIU, costuma-se recomendar 3 meses ou ciclos, e para aquelas que passaram por curetagem, cerca de 3 a 6 meses ou ciclos.
Ao comparar os diferentes métodos, alguns estudos demonstraram uma superioridade de eficácia do tratamento farmacológico em relação à conduta expectante (88,5 x 44,2%), e também uma melhor aceitação por parte das pacientes. Já uma revisão sistemática da literatura comparou a conduta expectante com o tratamento cirúrgico e apontou, para a conduta expectante, um risco aumentado de esvaziamento incompleto do útero, de maior sangramento e de necessidade de transfusão sanguínea, porém sem diferenças em relação ao risco de infecção ou aos resultados psicológicos após cada conduta. Portanto, não existem estudos que apontam grandes vantagens para algum método em detrimento de outro, indicando que no processo de escolha a equipe de assistência deve oferecer os métodos disponíveis e discutir seus riscos e benefícios, porém o mais importante é ouvir e respeitar a decisão da mulher, reforçando sua autonomia.
Perda gestacional: uma dor bastante subestimada ( disponível em https://www.vittude.com/blog/perda-gestacional/ )
Há uma grande dificuldade social em lidar com a morte. É possível perceber isso por meio das mortes institucionalizadas, rituais cada vez mais curtos ou inexistentes e a dificuldade em entrar em contato com sentimentos que evoquem a tristeza e a dor. Décadas atrás, o “beber o morto”, os longos velórios, os velórios em casa, todos esses rituais traziam proximidade a morte e ao rompimento. Possibilitavam a expressão da dor e uma organização emocional o que auxiliava muito no processo do luto.
Se falar de morte já é difícil, pensa falar de morte em um momento de vida? A perda gestacional ou neonatal é um dos lutos mais complexos e de menor validação social. Estamos falando que em um momento de vida há morte. A efemeridade da vida fica escancarada. A proximidade da morte em qualquer momento do ciclo vital expõe a fragilidade do ser humano. E com toda essa contradição e sentimentos confusos temos inúmeros pais sendo negligenciados em suas dores.
Dizer aos pais que acabam de perder seu filho em algum momento da gestação ou pós-nascimento que “logo terão outro filho”, “foi melhor assim”, “vocês nem vão sentir tanto já que quase não conviveram” ou “foi vontade de Deus” não é saudável.
Essas afirmações e tantas outras coisas só menosprezam e invalidam todo o investimento emocional. Invalidam as expectativas e os desejos que permeavam a chegada desse filho. Sonhos que muitas vezes são construídos antes mesmo da concepção. Elas fazem com que esse luto seja vivido no isolamento, sem expressão, podendo gerar complicadores e até mesmo um processo de luto complicado.
Perda gestacional e o sentimento de culpa
Sentimentos de fracasso e culpa são comuns. E a dificuldade de validar essa nova identidade socialmente – pais de um filho morto, pode ser grande, o que dificulta a expressão dessa dor. O homem, muitas vezes, se coloca como coadjuvante. Abafa sua dor com a intenção de não aumentar o sofrimento da esposa. No entanto, ele também fez investimentos emocionais, construindo sonhos e planos para a vivência com esse filho. Dar espaço, validar e tornar possível a comunicação entre esse casal sobre essa perda é muito importante. Muitas vezes a mulher sente-se incomodada. Inadequada diante de sua dor e a falta de expressão do marido, provocando um distanciamento.
Nesse momento, vale ressaltar a importância do acolhimento emocional. Mostrar aos casais que emoções como tristeza, frustração e choque são absolutamente normais e esperadas diante desta perda.
Falar com pessoas que tiveram experiência semelhante, participar de grupos ou buscar ajuda especializada são formas de expressar esses sentimentos e dar vazão a essa dor. Podendo assim perceber seus recursos e força para continuar seu caminho com essa nova realidade. A psicoterapia também pode ser um excelente caminho para elaborar melhor os sentimentos desse luto.
A perda gestacional é um acontecimento potencialmente traumático. Enfrentá-la e ultrapassá-la é uma tarefa que coloca em causa o equilíbrio psicossomático dos casais, em especial da mulher. Caso perceba que o sofrimento emocional não está diminuindo, procure a ajuda de um psicólogo.
Abaixo um vídeo do youtube que fala sobre o sentimento que temos quando vivenciamos essa dor.
Vivencio-a nesse momento pela 4a vez...não sei o que preciso aprender, por que preciso passar por isso...e os questionamentos pioram a dor. Preciso apenas confiar...
Se tiver passando por algo que cause dor e queira conversar...fiquei a vontade para compartilhar aqui.
Espero poder ajudar com essa compilação...
Beijos
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