Muitas vezes não valorizam quem você é, até você não mais ser
Outras o que você faz, até você não mais fazer
E quando não valorizam o seu sentir, como desaparecer?
Um barulho, algo quebrando...será que o pneu furou?
O que será que houve? Vou olhar!
Oh meu Deus!!!! Não!!! Não era um objeto!
Vejo um gato imenso parado, que de repente começa a chacoalhar sem parar!!!
Volto 5 segundos no tempo e percebo que o barulho era de ossos quebrando
Meu coração segue então palpitando e quase parando
Minha mente a mil, não para de pensar nem por um microssegundo
Mas meu corpo sinto pela primeira vez paralisando...
De repente o rabo peludo levanta,
E a cabeça se revira, os olhos esbugalham!
A cabeça roda, roda, roda....e sangue jorra por todos os lados!!!!!
Minha cabeça pensa: não posso toca-lo, corro ao veterinário, rezo, afasto as crianças, sente dor, mas os movimentos falham...
Meu único gesto? Mãos a boca! Um ganido e lágrimas!
Intempestivas, descontroladas e descomedidas...sem fim
A razão consegue vencer a paralisia dos gesto com uma ordem:
Tire as crianças daqui, eu vejo o que faço – realmente não penso muito em mim.
Aquela cena de filme de horror – que eu tanto detesto
Sangue para todos os lados – corpo e dor
E sem saber o que fazer e como fazer
Com todos os meus músculos em choque da cena e do pavor.
Finalmente a reação se fez – em 3 minutos que mais pareciam 1000
Corri para a clínica próxima de casa de uma vez
Ainda aos prantos, ainda sem saber o que fazer
Mas ao menos algo se fez.
A veterinária, um doce, me consolou,
Disse-me que a possível dor do felino que tanto estava a me atordoar
era um provável espasmo pos-mortem
E que nada ele sentiu, que foi rápido e que eu tinha a opção de o cremar.
Mas ninguém podia ir comigo pegar o gatinho
Que na verdade era um gato imenso e pesado
Me deram um saco e uma luva e o porteiro
Colocou-o lá dentro e eu o carreguei, chorando mais uma vez, ao meu lado.
Rezei pelo gatinho, pedi desculpas
Sei que a culpa não foi minha nem de ninguém
Mas até agora a imagem que vi
Não para de vir a minha cabeça nem por um vintém.
E depois de tudo isso que aconteceu
Vocês acham que recebi um abraço ou um conforto de alguém?
Um pouco de meu enteado, que estava triste e me consolou
Mas só, pois sozinha estava e não tive abraço de mais ninguém.
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