Há algumas semanas meus dias tem sido mais nublados. Alias, muito mais escuros e nebulosos.
Desde que retornei de viagem, desde que percebi fingimento em uma pessoa que eu acreditava que gostava de mim de verdade, as cores foram se apagando.
Sinto vertigem todos os dias, tristeza, taquicardia, angústias, medos...vontade de fugir do mundo. Mas como não podemos fugir do mundo, ao menos fugir daqui...dessa cidade, desse país de merda nessa situação pessima em que nos enfiamos.
Quem me conhece sabe ( desconfia) do amor que tenho pelo meu enteado. Como o amo e como faço o que está além do meu alcance muitas vezes para que ele possa ser uma criança de bem e ter a convivência com o pai. Como abro mão de muitas coisas para que ele possa ter, e feliz. Mas atualmente estou abrindo mão da minha liberdade de ir e vir por causa de aproximadamente 72 horas por mês com ele. Menos de 10% do tempo em 1 mês, uma vez que temos 720 horas no mês.
Meus 90% estão insuportáveis, infelizes, com medo, corridos...até o dia em que eu seja a próxima vítima desse caos.
No meio disso conversei com meu marido sobre a possibilidade de começarmos a nos movimentar para sairmos daqui...ele refugou e disse que para mim era mais fácil essa decisão porque eu NÃO ERA A MÃE DO MATHEUS.
Depois o tempo passou..chegou o dia das mães...e eu fiquei pensando...e percebendo...que ele nunca me deu um parabéns. Ele nunca me considerou essa pessoa especial para o filho dele. Mesmo com todas as minhas falas, mesmo com meu discurso de como me dói estar longe, de como é horrível não ser reconhecida...ele mesmo é um que não reconhece. Logo, ele de fato possui um pensamento binário e eu SOU UM ACESSÓRIO A RELAÇÃO QUE EXISTE COM O FILHO DELE - O FILHO É DELE E APENAS DELE E EU SOU NADA.
Para fechar com chave de ouro, aquela mensagem clássica do merecimento da dádiva de Deus... Pq eu não mereço ser amada...
Acabei de receber uma foto minha pequenina...e lá estou eu, com um grande sorriso nos lábios, feliz, mas sem ninguem me abraçar. Sempre fui só eu. Eu de fato nao tive apoio e carinho dos demais.
Eu era a chata que falava demais, que perguntava demais...que chorava demais. Eu servia para lavar louça, para arrumar a casa, para levar a irmã aos lugares e ajudar na lição... na hora de fazer carinho em mim eu não servia.
SEMPRE FUI SÓ EU E EU... E ACHO QUE SEREI ASSIM ATÉ O FIM...
Oi Nina! Hoje buscando respostas na internet encontrei seu blog! Fiquei preocupada contigo. Cheguei na publicação do dia 16 de maio e pelo tom que finalizou o texto, senti no coração a vontade de saber se você está bem?! Continue a postar, sua força nos dá forças! Espero que esteja bem novamente. Que tenha recomeçando!
ResponderExcluirEstou bem sim! Obrigada pela preocupação!
ExcluirBeijinhos